SAUDADE

BELINHENSE
Meu amigo "belinhense"
Se podes visitar o Outeiro
Sobe ao seu cimo primeiro
Para admirar os campos e o mar.
Verás então que é de encantar
Ver tudo assim ao distante
Que qualquer bom passante
Gostaria de ali parar.
É o Castro de lendas e histórias
Que outrora fora resistência
Contra tantos que sem clemência
Atacavam este belo Portugal.
Mas este monte tão natural
Seria mais tarde fonte de pão
Onde homens de garra e coração
Faziam das artes suas glórias.
Mais belo um dia se poderá tornar
Quando a união do grande poder
Juntar ás verdades o seu querer
Dando-lhes um acesso degnificante.
Assim todo o bom filho emigrante
Dele falará a outras gentes
Para ali depor saudades de sempre
Dos que não mais poderam voltar.
É este o Castro de Belinho
O mirante daquele Outeiro
Que se tornou em seleiro
Para buscar pão e amizades.
Falar assim até nos faz saudades
Falando da vida com realeza
Recordando a coragem à portuguesa
A quem devemos amor e carinho.
Se eu podesse renascer
Preferia o mesmo cantinho
Se possìvel sossegadinho crescer
Como cresce cada meu netinho.
Esse jardim chama-se Belinho
Ali tão pertinho do mar
Por todo o lado hà caminho
Para outros amores encontrar.
Protegido pelo Oceano
Também pela Senhora da Guia
Assim todo o ser humano
Pode ser feliz noite e dia.
Enquanto sopra o vento do norte
Todo o belinhense tem sorte
E sempre feliz viverà.
Que pena ver vir a morte
Por vezes brutal e tão forte
Deixando lares ao deus darà.
28/10/1994